Acabara de atingir o sonho universitário, com muita festa, mas comecei a sentir o temor da discriminação social ao procurar emprego.

Resolvi esperar um pouco, trabalhando na loja de minha família, só que me frustrava saber da minha capacidade e ter de abandonar um pouco meus conhecimentos.

Foi quando resolvi escrever um livro, e isso preenchia meu ego, pôr para fora a emoção da minha vida, minhas tristezas e vitórias, meus erros e acertos, enfim, mostrar como é o meu dia-a-dia.

Apesar da desconfiança da família eu consegui escrever, dando minha contribuição à sociedade.

Meus objetivos, com esse relato, foi mostrar as minhas dificuldades, as minhas vitórias, conseguidas com muito custo e principalmente, mostrar meus erros e como os superei, vencendo o conceito de incapacidade e a superproteção, vencendo, em uma sociedade preconceituosa, atingindo a formação universitária, buscando sempre transpor barreiras e sempre procurando ultrapassar meus limites.

Hoje, pensando melhor, vejo no meu íntimo que tudo o que foi atingido foi devido à riqueza maior do ser humano, que me foi concedido por Deus.

Desde meu nascimento, Ele me presenteou com uma família que, apesar de todos os defeitos, possui o tesouro, que é o amor.

O interesse que tenho em me abrir para todos, contando minhas experiências - tanto as boas quanto as ruins - tem como objetivo principal mostrar para aqueles que carregam ou não o peso da imperfeição física, o significado que o amor pode ter na vida dos seres humanos.

Neste relato, tão autêntico quanto possível, procuro mostrar como a força deste sentimento tem me possibilitado enfrentar os problemas da minha infância, da minha vida escolar e universitária, do meu relacionamento com as pessoas, da minha vida íntima, a incompreensão de alguns e o estímulo de outros.

Dizer que não tenho complexos seria mentir para mim mesmo, porém, com amor, meus parentes, amigos e os profissionais que se interessaram e continuam se interessando pelo meu caso e de meu irmão, auxiliam-me a reconhecer e de certa forma, superar alguns destes complexos.

Aquilo tudo que lhe parece tão simples e até mesmo instintivo fazer, como: subir uma escada, correr, escrever, freqüentar aulas, nadar, acampar, viajar... são para alguns experiências de liberdade, de independência.

Com amor pelas coisas mais simples e com o escudo que meus pais me ofereceram, foi gerada uma força interior tremenda, que me impulsiona passar ao meu livro "Transpondo Barreiras" os relatos, os desafios, desde subir uma escada, até a formação universitária...